segunda-feira, 20 de agosto de 2007

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Acordo bem de leve e de leve me levo até à janela, quando dou por mim, estou a ver o carro da escola estacionado à porta de minha casa, ai tu queres ver? ai como é que é possivel?
sinto me desnorteado, mas sem muito tempo para pensar, antes de sair recebo um telefonema, se podia passar pelo hospital mais tarde, sai apressado e confuso.
Mais um dia de trabalho, que passou a voar, a voar é como quem diz que eu nao sou piloto, estive muito ausente para as pessoas, erraram e erraram e eu como se nada tivesse acontecido, uma rapariga até de alegria acelerava até mais nao e eu so dizia muito bem muito bem, enfim, por hoje já está, ora bem quatro horas, vou tomar um café a caminho do hospital e de seguida estou lá.
Antes de entrar, recebo uma chamada do meu medico, queria saber como estava a reagir aos comprimidos e por ai, olhe e lembre-se que vai se lembrar de coisas que fez, como tambem vai acontecer nao se lembrar de nada, desliguei o telefone irritado e caminhei de forma violenta para o interior do hospital.
Chego à sala onde estava a a Rute, nao sei se era um bom pressagio mas é o mesmo nome da minha irma, no entanto, a sala está vazia, só um medico sentando, que olha para mim e diz, fizemos tudo o que foi possivel, lamento imenso, eu fiquei chocado sentei me na cama onde Rute tinha estado em sofrimento, fechei os olhos e o Doutor continuou a falar, mas eu já nao o ouvia, só ouvi quando ele me disse, e sendo assim vai ficar consigo, desculpe? sim sr Fernando está no contrato, vai ter mesmo que cuidar da senhora rute, Rute entra em cadeira de rodas empurrada pela senhora, com um ar muito serio, que me fez sentir uma criança com medo e sem hipoteses de deixar de ter medo, saimos do hospital, e como eu estava sem carro, fomos de ambulancia, até porque teve que se aproveitar, porque andar de transportes é complicado com a cadeira de rodas, isso e muito mais. A ambulancia começou a trabalhar, arrancou e travou repentinamente, uns miudos brincavam em frente do hospital, os olhos de Rute ficaram apavorados e as suas maos tremiam, nao era muito porque mais nao podia, mas a mim meteu me impressao, ajolhei me, tentei acalma la e disse lhe vamos para casa...

domingo, 19 de agosto de 2007

página 15

Será que vou ali beber uma cerveja fresquinha e falr um bocado de futebol. Ontem nem vio jogo que pena, tava mesmo cansado, mas vá lá ganhámos, também é normal. É uma loira bem fresquinha se faz favor. E então o nosso Porto, 2-0 é aquela máquina, aquele puto novo émesmo bom, viu aqule remate à trave, nõ vi o jogo a vida anda complicada, pois calha a todos não, pois temque se mas está mesmo mau isto. O homem afasta-se depois de me desejar as melhoras.Abaixo a cabeça entre os braços, sinto que estou a perder as rédeas da minha vida, parece que tenho a cabeça vazia de ideias mas cheio de confusão. Já nem me lembro do que tinha feito ate agora hoje. Será que correu bem? Sim correu se não eu lembrava-me. Levanto-me vou para casa a pé hoje apetece-me andar, preciso mesmo de desanuviar de ar fresco.Ao fim da tarde volto a casa como vou ao café aqui da rua, tomo um café dou duas de letra falo com o empregado sobre a empregada que estava aqui antes, ele diz-me que está de folga mas olha-me com uma cara estranha como se eu foxe maluco, pergunto-lhe se hoje há futebol para ver? Ele vira-me as costas nem consigo reagir com aquela atitude. Deixo um euro na mesa vou mas é para casa esta juventude não anda bem. Em casa vou ver TV. Segunda hoje não dá nada de jeito, aliás nunca dá. Hey lá olha-me esta brasileira? Meu Deus. Já me pesam os olhos que sono...
PI PI PI Pi... Eu pensava que tinha destuído este desgraçado, mas não ele está na mesma a tocar. Bem mais uma manha mais um dia mais uma aventura. Corre ara a esquerda corre para adireita banho barba desço escadas vou tomar o pequeno almoço vou para a escola, chego falo com a mulher da recepção, lá para a velha maluca estou farto de a ouvir tantos anos eela não morre será que ainda vou morrer eu primeiro? Se calhar... Vou dar aprimeira aula uma senhora já de idade muito nervosa, até me irrita esta falta de confiança. Mando-lhe dois três berros a aula acaba, deixo-a em casa e vou buscar o rapazito que mora ali perto de minha casa filho do dono do café. Este é bom rapaz e sabe o que quer gosto de dar-lhe aulas não tem medo e até falamos de umas meninas e tudo. Vai aluno vem aluno, vem almoço vai sobremesa. Bem já são outra vez quetro horas e o descanso merecido de um trabalhador honesto. Vamos dar uma voltinha à praia estou a precisar, passo por casa levo a toalha lá vou eu, calção e chinelo, sinto-me um teenager, só falta dizer aquelas palavras estranhas que eles dizem, bué, era tudo à chapada esses morangos com açucar. Ainda bem que não tenho filhos se não partia a Tv só de ouvi-los. A praia está boa já não está quase ninguém na praia que sossego. Vou nadar um bocado depois vou embora já se faz tarde. O telémovel toca, estão-me a ligar do hospital, já lá vêm más noticias de certeza: Tou, Tou sim senhor Fernando temos boas noticias para si, até ademira, a senhora acordou, já falou connosco inclusivé, ah que alivio, e então como está ela agora? Agora está a repousar, obrigado depois do jantar vou passar por aí, boa tarde, boa tarde. Ai que alivio. Vou dar um mergulho e vou a correr para casa para ir visitar apobre coitado. Tomo banho como a correr e vou para hospital. Falo com o médico ele fala-me dela e diz que está fora de perigo mas...., mas o quê senhor doutor? Não temos ainda certeza porque é muito cedo ainda, mas ela pode ter ficado com sequlas do acidente... Que tip...o de sequelas?perda de memória. Meu Deus sou um monstro que fui eu fazer a esta mulher. Os olhos quase se enchem de lágrimas, mas eu seguro-me acalmo-me e começo a pensar bem no que o médico me disse. Vou para o quarto nde ela está a descansar dou-lhe a mão e pergunto-lhe muito baixinho para não a acordar mas com a esperança deuma resposta do seu inconsciete, Antes do cidente eras Feliz?? Fico à espera de uma resposta no silêncio, volto a repetir a pergunta mas antes de acabar de repetir ela aperta-me a mão com toda a força. E larga-a de repente como se tivesse desistido de lutar. Encosto a cabeça na almofada dela e fico a pensar no que teria sido a via dela antes. Ela não tinha família perto, deviade ser alguém muito só, amigos tinha que pelo que sei vieram cá algumas pessoas visit´-la estes dias. Seria uma boa pessoa? Pode ser que não para assim me sentir um bocadinho menos mal. Ai vida madrasta, isto podia ser apenas mais um pesadelo, tenho tido tantos e parecem todos tão reais este podia ser também um sonho mau. Bem vou mas é embora vou deixa-la descansar que bem precisa e eu também a vida não para e amanhã tenho que me levantar ainda mais cedo, tenho ir cedo para a escola para tratar de umas coisas que tenho em atraso... . No caminho para casa a viajem parece não ter fim parece que estou a andar às voltas, se calhar estou a andar mesmo, não sei onde estou ia tão distraído que me devo ter enganadao na saída da auto estrada. Lá estão os carros na minha vida. Estou perdido tou a ver que amanhã tenho que encomendar uma grua para me levantar de manhã.
Encontro de novo o caminho para casa. Chego, nem consegui descalçar os dois sapatos e já adormeci...

pagina 14

Não sei que se passa, já não consigo perceber as letras, parece que me fogem, parece não, é mesmo, eu já não as consigo acompanhar, lá vão elas para a esquerda e para a direita sem sequer dar pisca, ai que não me sinto bem, o jornal cai me e eu em camera lenta como vendo os faróis a ligar e desligar deslizo e caio, fecho os olhos, já não estou mais em mim.Acordo horas depois, a primeira coisa que vejo é que a porta esta semiaberta, vejo a minha irmã e os homens do inem e volto a deixar de existir.O que se passou entretanto não sei dizer, agora sei que estou tonto e mal me seguro, saio em braços com a minha irmã Rute capaz de me surpreender com tanta ajuda.Porém, toda a ajuda ainda era pouca, sabes Nando tu estás mal, eu sinto isso, eles deram te alta, mas tu daqui vais para um medico muito bom que eu conheço, podemos ir a um psiquiatra primeiro se quiseres, eu? Psiquiatra? São todos malucos, não me vão dizer nenhuma novidade, eu sei perfeitamente o que é a dor de onde vem e como se modifica ou desaparece, está bem, mas ao médico vais!Entramos num consultório privado, todo requintado, também não esperava menos da Rute, entrei sozinho, depois de meia hora de conversa com o medico, vê se mesmo que não era estabelecimento público, olho para a minha irmã e digo, não vais acreditar, estou doente, estas doente? Mas que tens? É grave? Tenho Transtorno Dissociativo de Identidade, pouso os olhos no chão, sou a contradição em pessoa, mas isso é grave? É, mais do que eu sabia até, dupla personalidade, mas como apanhaste isso? Sorri angustiado, apanhei? Ele diz que provavelmente é devido a algum episódio na infância que me marcou, a morte dos pais? Mas isso não foi bem na tua infância! Não, eu tenho um segredo que nunca te contei, vamos até ao meu carro NandoEntão diz me lá, olha mana é assim, vou te contar isto da forma mais simples e directa que posso, uma vez, o pai e a mãe quiseram ir dar uma volta comigo ao porto, para me dar um brinquedo, fomos de camioneta porque o pai não queria conduzir, eles sentaram-se mais a frente os dois e como a camioneta ia vazia, sentei me mais para trás, os pais iam distraídos a falar e entrou um tipo com um ar muito doentio que mal se segurava em pé, sentou se perto de mim, eu senti me sozinho e com medo, ele começou a falar para mim, a falar dele e a querer saber como me chamava, começou a contar que sofria de um distúrbio mental e não tinha muitos mais anos de vida, eu tremia e não respondia, nunca mais via o Porto, seguro, e é então que ele me olha de cima abaixo e pergunta de que tamanho é a minha pila, foi mesmo nestes termos, eu fiquei aflito, disse que era normal e ele pediu para lhe mostrar e eu disse olha tas a ver ali a frente? É o meu pai e ele não vai achar muita piada que tu estejas te a meter comigo, ele afastou e disse que não havia problemas e saiu na paragem seguinte, eu quase que fiz chichi pelas pernas, foi terrível e pensar que hoje vejo na televisão a falar se sobre pedofilia e toda gente goza, eu próprio mando piadas, quando as crianças sofrem mesmo muito com isto, e isso não tem graça nenhuma, porque são vidas que se estragam, oh Nando? Disse a minha irmã enquanto me abraçou, eu comecei a chorar, ela também, até que repentinamente a afasto, para! Não quero que tenhas pena de mim, diz me porque foste a minha casa para eu me ir embora, oh Fernando eu acho que o Rogério me anda a trair!achas? Ri me e sai do carro, enquanto a Rute me tentava explicar algo, bati com a porta e não olhei para trás, agora vou para casa, quero estar só e dormir e dormir, até pode ser que não volte a acordar.Cheguei, olhei, deitei, ali fiquei.Ai sinto – me tão estranho, parece que dormi séculos, até me custa o simples acto de mexer, deixa me ligar a televisão, está a dar isto? Isto não dava só ao domingo? E nesse momento o programa vai para intervalo e o locutor diz, passa connosco esta bela tarde de domingo, eu fiquei em choque e cai no sofá, dormi tanto tempo! Amanha já trabalho!ai que isto assim não vale, isto assim não presta, como é que isto foi acontecer, ai possa! Pego no casaco e saio, quando chego a rua começo a suar, ora bem este casaco não me vai servir de muito, vou até ao café, já não vou lá à tanto tempo, sim este esta aberto ao domingo, é dos bons, sento me na esplanada, isto está cheio, olha a Luísa, e quem diria estou mesmo feliz por a ver, ainda não veio ter comigo, hoje esta rodeada de amigos é normal, está entretida a ser o centro das atenções, olha quem é ela, a senhora que me adora irritar, ora bom dia a fugir para a tarde, não está a fugir minha senhora, está sim, não está, esta sim, não, não está, e dando me um estalo sai cheia de pressa, ai esta mulher e quem diria que na escola andávamos de mãos dadas, se calhar por isso não consigo reagir a estes ataques, até gosto, chega o empregado, espera lá, algo aqui não esta correcto, onde esta a empregada que estava aqui? Qual senhor? Qual? A que tu de certeza desejavas, ah a Cristina? Está de folga, o que ? Acho que não vou é querer nada, o empregado numa tentativa de simpatizar comigo e então o jogo de hoje, entre o Porto e o Benfica, é um amigável, mas vai ser cá um jogaço, oh homem cala-se e traga me um café, eu nem gosto de futebol.Bebi o café, lentamente brincava com os olhos a absorver tudo o que me rodeava, tirei fotos memoráficas, já que sem maquina fiquei, bem vou me embora, amanha trabalho, hoje tenho que aproveitar, recebo uma chamada no momento em que me levanto, com a surpresa bato com a cabeça no topo do guarda sol, porra!!, estou?? Estou sr Fernando? Sim sou eu, daqui fala o medico Barbosa, que o atendeu por causa do seu caso de Transtorno Dissociativo de Identidade, por causa do meu que? Da sua dupla personalidade, ah sim, diga, quando quiser tenho a receita para ir levantar os medicamentos, não posso prometer a cura, mas um melhor controlo das personalidades, se bem que não total e lembre se que cada personalidade sua pode querer prejudicar a outra, por isso muito cuidado com o que faz, está bem, está bem, obrigado, amanha passo por ai então, pode passar hoje, eu estou no consultório a tratar de uns papeis, toque a campainha, hum pode ser, ainda se lembra do sitio? Sim, vou já para ai, desliguei o telefone, dei uma sapatada no guarda-sol, peguei no dinheiro que era para pagar e fui embora.Depois de passar pelo médico e encontrar uma farmácia aberta, já tenho a medicação agora é só começar a tomar esta porra.O tempo passou e passou e já é de noite, vou dormir enquanto vejo televisão, concursos e concursos.Levanto me às oito horas, tenho que começar a trabalhar às nove, até trabalho perto de casa de camioneta estou lá num instante, tomo banho, tomo pequeno-almoço, o tempo já é pouco, vou me.Durante o trabalho tive uma bela rapariga em aula de condução, ela tinha tudo preparado para arrancar e eu disse lhe para dar com força, ela olhou para mim assustada e começou a conduzir, indiquei lhe um caminho que deu numa rua sem saída, perguntei lhe se ela queria me meter as mudanças, ela abriu a porta do carro e saiu, eu fui a correr atrás dela, e no meio da discussão, bati lhe, ela ficou com medo, entrou dentro do carro, a prometer esquecer tudo o que tinha acontecido, voltamos para a escola, a brincadeira ia me sair cara, mas também não ia adivinhar que ia encontrar uma rapariga com princípios, quais eram as probabilidades?Depois de muito trabalhar, são quatro horas da tarde, tenho que desanuviar, onde vou?