segunda-feira, 20 de agosto de 2007

pagina 16

Acordo bem de leve e de leve me levo até à janela, quando dou por mim, estou a ver o carro da escola estacionado à porta de minha casa, ai tu queres ver? ai como é que é possivel?
sinto me desnorteado, mas sem muito tempo para pensar, antes de sair recebo um telefonema, se podia passar pelo hospital mais tarde, sai apressado e confuso.
Mais um dia de trabalho, que passou a voar, a voar é como quem diz que eu nao sou piloto, estive muito ausente para as pessoas, erraram e erraram e eu como se nada tivesse acontecido, uma rapariga até de alegria acelerava até mais nao e eu so dizia muito bem muito bem, enfim, por hoje já está, ora bem quatro horas, vou tomar um café a caminho do hospital e de seguida estou lá.
Antes de entrar, recebo uma chamada do meu medico, queria saber como estava a reagir aos comprimidos e por ai, olhe e lembre-se que vai se lembrar de coisas que fez, como tambem vai acontecer nao se lembrar de nada, desliguei o telefone irritado e caminhei de forma violenta para o interior do hospital.
Chego à sala onde estava a a Rute, nao sei se era um bom pressagio mas é o mesmo nome da minha irma, no entanto, a sala está vazia, só um medico sentando, que olha para mim e diz, fizemos tudo o que foi possivel, lamento imenso, eu fiquei chocado sentei me na cama onde Rute tinha estado em sofrimento, fechei os olhos e o Doutor continuou a falar, mas eu já nao o ouvia, só ouvi quando ele me disse, e sendo assim vai ficar consigo, desculpe? sim sr Fernando está no contrato, vai ter mesmo que cuidar da senhora rute, Rute entra em cadeira de rodas empurrada pela senhora, com um ar muito serio, que me fez sentir uma criança com medo e sem hipoteses de deixar de ter medo, saimos do hospital, e como eu estava sem carro, fomos de ambulancia, até porque teve que se aproveitar, porque andar de transportes é complicado com a cadeira de rodas, isso e muito mais. A ambulancia começou a trabalhar, arrancou e travou repentinamente, uns miudos brincavam em frente do hospital, os olhos de Rute ficaram apavorados e as suas maos tremiam, nao era muito porque mais nao podia, mas a mim meteu me impressao, ajolhei me, tentei acalma la e disse lhe vamos para casa...

domingo, 19 de agosto de 2007

página 15

Será que vou ali beber uma cerveja fresquinha e falr um bocado de futebol. Ontem nem vio jogo que pena, tava mesmo cansado, mas vá lá ganhámos, também é normal. É uma loira bem fresquinha se faz favor. E então o nosso Porto, 2-0 é aquela máquina, aquele puto novo émesmo bom, viu aqule remate à trave, nõ vi o jogo a vida anda complicada, pois calha a todos não, pois temque se mas está mesmo mau isto. O homem afasta-se depois de me desejar as melhoras.Abaixo a cabeça entre os braços, sinto que estou a perder as rédeas da minha vida, parece que tenho a cabeça vazia de ideias mas cheio de confusão. Já nem me lembro do que tinha feito ate agora hoje. Será que correu bem? Sim correu se não eu lembrava-me. Levanto-me vou para casa a pé hoje apetece-me andar, preciso mesmo de desanuviar de ar fresco.Ao fim da tarde volto a casa como vou ao café aqui da rua, tomo um café dou duas de letra falo com o empregado sobre a empregada que estava aqui antes, ele diz-me que está de folga mas olha-me com uma cara estranha como se eu foxe maluco, pergunto-lhe se hoje há futebol para ver? Ele vira-me as costas nem consigo reagir com aquela atitude. Deixo um euro na mesa vou mas é para casa esta juventude não anda bem. Em casa vou ver TV. Segunda hoje não dá nada de jeito, aliás nunca dá. Hey lá olha-me esta brasileira? Meu Deus. Já me pesam os olhos que sono...
PI PI PI Pi... Eu pensava que tinha destuído este desgraçado, mas não ele está na mesma a tocar. Bem mais uma manha mais um dia mais uma aventura. Corre ara a esquerda corre para adireita banho barba desço escadas vou tomar o pequeno almoço vou para a escola, chego falo com a mulher da recepção, lá para a velha maluca estou farto de a ouvir tantos anos eela não morre será que ainda vou morrer eu primeiro? Se calhar... Vou dar aprimeira aula uma senhora já de idade muito nervosa, até me irrita esta falta de confiança. Mando-lhe dois três berros a aula acaba, deixo-a em casa e vou buscar o rapazito que mora ali perto de minha casa filho do dono do café. Este é bom rapaz e sabe o que quer gosto de dar-lhe aulas não tem medo e até falamos de umas meninas e tudo. Vai aluno vem aluno, vem almoço vai sobremesa. Bem já são outra vez quetro horas e o descanso merecido de um trabalhador honesto. Vamos dar uma voltinha à praia estou a precisar, passo por casa levo a toalha lá vou eu, calção e chinelo, sinto-me um teenager, só falta dizer aquelas palavras estranhas que eles dizem, bué, era tudo à chapada esses morangos com açucar. Ainda bem que não tenho filhos se não partia a Tv só de ouvi-los. A praia está boa já não está quase ninguém na praia que sossego. Vou nadar um bocado depois vou embora já se faz tarde. O telémovel toca, estão-me a ligar do hospital, já lá vêm más noticias de certeza: Tou, Tou sim senhor Fernando temos boas noticias para si, até ademira, a senhora acordou, já falou connosco inclusivé, ah que alivio, e então como está ela agora? Agora está a repousar, obrigado depois do jantar vou passar por aí, boa tarde, boa tarde. Ai que alivio. Vou dar um mergulho e vou a correr para casa para ir visitar apobre coitado. Tomo banho como a correr e vou para hospital. Falo com o médico ele fala-me dela e diz que está fora de perigo mas...., mas o quê senhor doutor? Não temos ainda certeza porque é muito cedo ainda, mas ela pode ter ficado com sequlas do acidente... Que tip...o de sequelas?perda de memória. Meu Deus sou um monstro que fui eu fazer a esta mulher. Os olhos quase se enchem de lágrimas, mas eu seguro-me acalmo-me e começo a pensar bem no que o médico me disse. Vou para o quarto nde ela está a descansar dou-lhe a mão e pergunto-lhe muito baixinho para não a acordar mas com a esperança deuma resposta do seu inconsciete, Antes do cidente eras Feliz?? Fico à espera de uma resposta no silêncio, volto a repetir a pergunta mas antes de acabar de repetir ela aperta-me a mão com toda a força. E larga-a de repente como se tivesse desistido de lutar. Encosto a cabeça na almofada dela e fico a pensar no que teria sido a via dela antes. Ela não tinha família perto, deviade ser alguém muito só, amigos tinha que pelo que sei vieram cá algumas pessoas visit´-la estes dias. Seria uma boa pessoa? Pode ser que não para assim me sentir um bocadinho menos mal. Ai vida madrasta, isto podia ser apenas mais um pesadelo, tenho tido tantos e parecem todos tão reais este podia ser também um sonho mau. Bem vou mas é embora vou deixa-la descansar que bem precisa e eu também a vida não para e amanhã tenho que me levantar ainda mais cedo, tenho ir cedo para a escola para tratar de umas coisas que tenho em atraso... . No caminho para casa a viajem parece não ter fim parece que estou a andar às voltas, se calhar estou a andar mesmo, não sei onde estou ia tão distraído que me devo ter enganadao na saída da auto estrada. Lá estão os carros na minha vida. Estou perdido tou a ver que amanhã tenho que encomendar uma grua para me levantar de manhã.
Encontro de novo o caminho para casa. Chego, nem consegui descalçar os dois sapatos e já adormeci...

pagina 14

Não sei que se passa, já não consigo perceber as letras, parece que me fogem, parece não, é mesmo, eu já não as consigo acompanhar, lá vão elas para a esquerda e para a direita sem sequer dar pisca, ai que não me sinto bem, o jornal cai me e eu em camera lenta como vendo os faróis a ligar e desligar deslizo e caio, fecho os olhos, já não estou mais em mim.Acordo horas depois, a primeira coisa que vejo é que a porta esta semiaberta, vejo a minha irmã e os homens do inem e volto a deixar de existir.O que se passou entretanto não sei dizer, agora sei que estou tonto e mal me seguro, saio em braços com a minha irmã Rute capaz de me surpreender com tanta ajuda.Porém, toda a ajuda ainda era pouca, sabes Nando tu estás mal, eu sinto isso, eles deram te alta, mas tu daqui vais para um medico muito bom que eu conheço, podemos ir a um psiquiatra primeiro se quiseres, eu? Psiquiatra? São todos malucos, não me vão dizer nenhuma novidade, eu sei perfeitamente o que é a dor de onde vem e como se modifica ou desaparece, está bem, mas ao médico vais!Entramos num consultório privado, todo requintado, também não esperava menos da Rute, entrei sozinho, depois de meia hora de conversa com o medico, vê se mesmo que não era estabelecimento público, olho para a minha irmã e digo, não vais acreditar, estou doente, estas doente? Mas que tens? É grave? Tenho Transtorno Dissociativo de Identidade, pouso os olhos no chão, sou a contradição em pessoa, mas isso é grave? É, mais do que eu sabia até, dupla personalidade, mas como apanhaste isso? Sorri angustiado, apanhei? Ele diz que provavelmente é devido a algum episódio na infância que me marcou, a morte dos pais? Mas isso não foi bem na tua infância! Não, eu tenho um segredo que nunca te contei, vamos até ao meu carro NandoEntão diz me lá, olha mana é assim, vou te contar isto da forma mais simples e directa que posso, uma vez, o pai e a mãe quiseram ir dar uma volta comigo ao porto, para me dar um brinquedo, fomos de camioneta porque o pai não queria conduzir, eles sentaram-se mais a frente os dois e como a camioneta ia vazia, sentei me mais para trás, os pais iam distraídos a falar e entrou um tipo com um ar muito doentio que mal se segurava em pé, sentou se perto de mim, eu senti me sozinho e com medo, ele começou a falar para mim, a falar dele e a querer saber como me chamava, começou a contar que sofria de um distúrbio mental e não tinha muitos mais anos de vida, eu tremia e não respondia, nunca mais via o Porto, seguro, e é então que ele me olha de cima abaixo e pergunta de que tamanho é a minha pila, foi mesmo nestes termos, eu fiquei aflito, disse que era normal e ele pediu para lhe mostrar e eu disse olha tas a ver ali a frente? É o meu pai e ele não vai achar muita piada que tu estejas te a meter comigo, ele afastou e disse que não havia problemas e saiu na paragem seguinte, eu quase que fiz chichi pelas pernas, foi terrível e pensar que hoje vejo na televisão a falar se sobre pedofilia e toda gente goza, eu próprio mando piadas, quando as crianças sofrem mesmo muito com isto, e isso não tem graça nenhuma, porque são vidas que se estragam, oh Nando? Disse a minha irmã enquanto me abraçou, eu comecei a chorar, ela também, até que repentinamente a afasto, para! Não quero que tenhas pena de mim, diz me porque foste a minha casa para eu me ir embora, oh Fernando eu acho que o Rogério me anda a trair!achas? Ri me e sai do carro, enquanto a Rute me tentava explicar algo, bati com a porta e não olhei para trás, agora vou para casa, quero estar só e dormir e dormir, até pode ser que não volte a acordar.Cheguei, olhei, deitei, ali fiquei.Ai sinto – me tão estranho, parece que dormi séculos, até me custa o simples acto de mexer, deixa me ligar a televisão, está a dar isto? Isto não dava só ao domingo? E nesse momento o programa vai para intervalo e o locutor diz, passa connosco esta bela tarde de domingo, eu fiquei em choque e cai no sofá, dormi tanto tempo! Amanha já trabalho!ai que isto assim não vale, isto assim não presta, como é que isto foi acontecer, ai possa! Pego no casaco e saio, quando chego a rua começo a suar, ora bem este casaco não me vai servir de muito, vou até ao café, já não vou lá à tanto tempo, sim este esta aberto ao domingo, é dos bons, sento me na esplanada, isto está cheio, olha a Luísa, e quem diria estou mesmo feliz por a ver, ainda não veio ter comigo, hoje esta rodeada de amigos é normal, está entretida a ser o centro das atenções, olha quem é ela, a senhora que me adora irritar, ora bom dia a fugir para a tarde, não está a fugir minha senhora, está sim, não está, esta sim, não, não está, e dando me um estalo sai cheia de pressa, ai esta mulher e quem diria que na escola andávamos de mãos dadas, se calhar por isso não consigo reagir a estes ataques, até gosto, chega o empregado, espera lá, algo aqui não esta correcto, onde esta a empregada que estava aqui? Qual senhor? Qual? A que tu de certeza desejavas, ah a Cristina? Está de folga, o que ? Acho que não vou é querer nada, o empregado numa tentativa de simpatizar comigo e então o jogo de hoje, entre o Porto e o Benfica, é um amigável, mas vai ser cá um jogaço, oh homem cala-se e traga me um café, eu nem gosto de futebol.Bebi o café, lentamente brincava com os olhos a absorver tudo o que me rodeava, tirei fotos memoráficas, já que sem maquina fiquei, bem vou me embora, amanha trabalho, hoje tenho que aproveitar, recebo uma chamada no momento em que me levanto, com a surpresa bato com a cabeça no topo do guarda sol, porra!!, estou?? Estou sr Fernando? Sim sou eu, daqui fala o medico Barbosa, que o atendeu por causa do seu caso de Transtorno Dissociativo de Identidade, por causa do meu que? Da sua dupla personalidade, ah sim, diga, quando quiser tenho a receita para ir levantar os medicamentos, não posso prometer a cura, mas um melhor controlo das personalidades, se bem que não total e lembre se que cada personalidade sua pode querer prejudicar a outra, por isso muito cuidado com o que faz, está bem, está bem, obrigado, amanha passo por ai então, pode passar hoje, eu estou no consultório a tratar de uns papeis, toque a campainha, hum pode ser, ainda se lembra do sitio? Sim, vou já para ai, desliguei o telefone, dei uma sapatada no guarda-sol, peguei no dinheiro que era para pagar e fui embora.Depois de passar pelo médico e encontrar uma farmácia aberta, já tenho a medicação agora é só começar a tomar esta porra.O tempo passou e passou e já é de noite, vou dormir enquanto vejo televisão, concursos e concursos.Levanto me às oito horas, tenho que começar a trabalhar às nove, até trabalho perto de casa de camioneta estou lá num instante, tomo banho, tomo pequeno-almoço, o tempo já é pouco, vou me.Durante o trabalho tive uma bela rapariga em aula de condução, ela tinha tudo preparado para arrancar e eu disse lhe para dar com força, ela olhou para mim assustada e começou a conduzir, indiquei lhe um caminho que deu numa rua sem saída, perguntei lhe se ela queria me meter as mudanças, ela abriu a porta do carro e saiu, eu fui a correr atrás dela, e no meio da discussão, bati lhe, ela ficou com medo, entrou dentro do carro, a prometer esquecer tudo o que tinha acontecido, voltamos para a escola, a brincadeira ia me sair cara, mas também não ia adivinhar que ia encontrar uma rapariga com princípios, quais eram as probabilidades?Depois de muito trabalhar, são quatro horas da tarde, tenho que desanuviar, onde vou?

sábado, 18 de agosto de 2007

pagina 13

Mas que psiquiatra? Eu não preciso disso preciso é de alguem que me ajuda me dê carinho me proteja. Tanos anos de vida e nunca me senti assim, sinto-me fraco por dentro tão fraco que já nem consigo disfarsar a minha dor. Será que aquele acidente estava escrito no meu destino? mas quem escreve um destino que quase mata uma pessoa. Costuma-se dizer que quand encontrámos alguem por acaso,como nos romances,dizemos que essa pessoa tropeçou no nosso caminha, neste caso não tropeçou eu é que lhe fui embater em cheio. Que tristeza agora já falo no destino, eu não acredito nisso quem faz o desino somos nós, pelo menos até hoje. Flores mais flores, nunca tinham reparado como cheiram bem, como são engraçadas,parecem brinquedos de ouro que não podemos tocar mas que nos prendem. Agora já é demais. De caminho vais pacasa ver o titanic e desatas a chorar no fim. já não sou eu mesmo. Bem vou ao shopping entao fazer o que tenh a fazer. Vou ao arrábida, já estou acostumado, vou comer umas minhocas. Bem já são sete e meia está na hora de comer. Olá boa tarde era um super menu big mac e coca-cola com desconto de sócio do grande Futebol Clube do Porto. O rapaz riu-se com ar de pura satisfação por ouvir este nome, talvez sofra damesma paixão, pelo Porto, este sim um amor que vale a pena. Sento-me vou saboreando aquelas batatinhs fritas, quecoisa tão má que sabe tão bem. Enquanto isso vou pensando no meu amor incondicional pelo Porto. Nunca amei de verdade mulher alguma, apenas tive um amor e será para sempre. Já chorei por ele já me ri por ele já cantei já bati já gastei fortunas já fiz tudo que se faz poruma mulher, mas o Porto não nos podetrocar por outro mas pode magoar quand perde. Onde fui buscar tanta fervorisidade pelo meu clube? Já vem de família, o meu pai já era doido pelo futebol como eu. Pobre pai, morreu novo,poucopôde aproveitar o Mundo, logo ele que sempre dizia que a melhor coisa do Mundo é viver, logo ele que era tão alegre e que queria dar-nos toda a sua alegria. É por isso que não dá para acreditar sempre em Deus, não dá para ser cristão a tempo inteiro, com tantos abalos à nossa fé. Porque é que o meu pai um homem tãobom foi levado tão jovem? Ai quanta falta me fizest.Ironia das ironias foi um carro que o matou trabalho com carros e é com um carro que sofri o maior susto da minha vida. E também houve mais umas coisa no carro mas não conto... mEu and mesmo maluco, estava aqui com as lágrimas nos olhos a falar do meu pai e de repente sai-me iadas. bem já comi tudo vou dar uma volta pelo shopping, ver gente já sinto saudades. Meu Deus este shopping tem umas belas vistas... ai k bela perna... ai que rico decote... ups mais um bocado e andavas só de sinto... bem e um cineminha Fernando não? Não, claro que não, e as compras? Vamos lá ao Jumbo. Vejamso tenho aki a lista não demora nada. Em pouco mais de uma hora tava na caixa para pagar.
Já em casa descalço os sapatos tomo uma caneca de leite frio e deito-me comos pés de fora da janela, o tempo está agradável, já temos Verão.
Ponho-me a ler o jornal de sexta feira passada que ainda não tinha lido...

pagina 12

Eu não sei bem como começar, mas eu nem sou pessoa de me mostrar fraco e tão fragil que pareco pronto a partir,contundo, chegou o momento, após, tantos e tantos anos de cidadao preso no seu territorio, a minha mente pede liberdade, nem que seja por breves instantes.
Entra uma enfermeira, o senhor fale para ela, a senhora Monica gosta que falem consigo, comigo? não, com ela, naquele momento senti me mesmo no meio de um teatro de revista, bem portugues a copiar piadas estrangeiras, fale com ela, ela ouve, ouve mesmo.
Depois de sair, continuei o meu discurso, agora ia ser de vez, pensei em falar em falar, mas ainda a matava de tédio e entao nesse caso decidi ser o mais directo possivel e converter os meus pensamentos em palavras e todos os segundos agora pareciam uma marcha atrás na estrada que é a minha vida, sabes? eu fiquei triste com o que te fiz, mas nunca fui pessoa de ficar triste por actos desses, até porque eu perdi os meus pais muito cedo, curiosamente num acidente de viação. eu e a minha irma estavamos os dois em casa, eles foram dar uma volta, fazer umas compras se me lembro bem, quando dou por mim a minha irma abre a porta e temos um senhor da autoridade para nos dizer que estavamos sós, não foi nada facil, ficamos entregues a uma tia, que não foi muito meiga para connosco, para mim menos ainda, devia de ser por eu ser rapaz, na escola nao se notava muito, já que levava porrada como se fosse uma menininha, no fundo, eu sou carente, sou um perdido, sinto me mal e acho que enchi, o ponto de viragem foi o acidente, se me sinto mudado? realmente nao, eu sou o que fui e nao acredito muito na mudança, para mim a grande mudança na vida, é a morte e por isso eu nao quero mudar, eu tenho é medo e o medo faz nos dizer tudo e pedir por tudo, sou um catolico medroso, so peço quando preciso mesmo, e ai acredito, mas fora disso, gozo e faço o que me apetece sem me preocupar com o espirito, que agora sofre, sabes? ando tao mas tao mal, ja nao sei bem quem sou, ando uma confusao autentica e agora para alem de estragar a minha vida, estraguei a tua, eu nunca fui bom para desabafos até porque nao estou habituado a os fazer, mas neste caso, nao respondes, posso dizer o que me apetece e tu como boa ouvinte ouves, olha desculpa, desculpa te ter metido nisto...e levantei me, enquanto me levantava deslumbrei um sorriso, fiquei tao increculo, que os meus dez dedos foram direitinhos à cara em tentativa de acordar de outro sonho, mas nao acordei, e o sorriso já lá nao estava, ando mesmo a ficar maluco...vou dar uma volta até ao parque e depois vou mesmo ao psiquiatra

página 11

Bem vamos ao frigorifico deve haver lá alguma coisa para preparar e como eu não tenho muito jeito para a cozinha tenho que começar cedo porque se não nem amanha como. Uau que belo frigorifico... tão vazio. Pois sábado à noite era dia de compras. Bem há fruta há ovos há marmelada... e há chouriço ali na dispensa e tambémdeve haver umas conservas. Para agora ao meio dia faço uns ovinhos mexidos com atum e um batido de banana e chega logo vou ao shopping comer e depois faço as minhas compras. Bem atum e ovos não demora por isso vou dar uma arrumadela a isto tudo, a casa está em pantanas. Ai se eu fosse rico contratava uma daquelas empregadas boas... naquilo que fazem e mandava-a vestir um daqueles uniformes mini saia e mandava-a esfregar o chão todos os dias de joelhos, porqueo chão tem que estar sempre um brinco... . Bem cala-te e limpa fernandinho, tu não que não podes limpar, mas limpo eu. Aspira aqui limpa ali, parti um vazo, dou uma cabeçada na janela, caio do escadote mas no fim está tudo bem. Umas nódoas negras mas pronto já foi. Já são 14h, como o tempo passa, nem dei conta parecek afinal limpar faz mesmo bem à alma com isto tudo quase me esquecia dos problemas. Como, tomo banho e vou po hospital visitar a pobre coitadaseráque já está melhor? Tenho medo só de pensar. Passo duas horas ao lado dela e já são 17.30 nem uma palavra disse este tempo todo mas agora tou a sentir uma vontade enorme de desabafar com esta mulher... dizem que não respondem mas ouvem-nos, e eu preciso de alguém pra desabafar, ando tão angustiado preciso de falar da minha vida a alguém, tenho que partilhar estas memórias estes sonhos com alguém talvez assim eles desapareçam...

terça-feira, 24 de julho de 2007

página 10

Sinto me um António Variações, esse é que era um génio para o seu tempo, estou bem a onde não estou e o resto é sempre uma simples contradição, contradição essa que me constrói e a nós todos. Realmente, ando desorientado, vou direitinho para a cama e só amanha é que ouvem falar de mim.
Toca o despertador, sete horas, ai tão cedo, não acredito, quero dormir, o despertador continua a tocar num tom desenfreado e eu mal conseguia abrir os olhos, mas no meio de um nevoeiro visual almejei o despertador e estiquei-me ao máximo, segurei-o dois segundos e mandei-o contra a parede, o estrondo foi enorme, mas valeu a pena, o despertador silenciou-se e eu silenciei-me.(Trim, Trim, Trim), ai possa! Mais barulho! Levanto-me em ira directamente para o telefone, atendo, do outro lado uma voz masculina azedada e pronta a me acordar sem ter vontade nenhuma de voltar a dormir, era o meu chefe, então? Que se passa? A faltar ao trabalho e nem avisas?Eu a faltar? Sim tu a faltar, hoje é segunda-feira! Ou mudaram-te o calendário aí em tua casa? Ei pois é….fiquei mais desconcentrado do que já andava, é que eu anteontem tive um acidente! O que? Tiveste um acidente, estás muito magoado? Oh Fernando, tu já me conheces à bastantes anos, eu não tolero mau profissionalismo, mas, neste caso e sendo tu, falavas comigo e eu ajudava-te, até porque eu já passei por isso, ai sim? Sim…mas a culpa não foi minha, despachou para canto de forma apressada, então sendo assim o chefe não se importa que eu falte hoje? Não rapaz, estás à vontade, dou-te uma semana para te recompores, agora não te atrevas é a faltar na segunda, que tens aulas de condução para dar.Está certo, então até segunda-feira.Ah Fernando só mais uma coisa, veja lá o que tem o seu telemóvel, que estou farto de telefonar e não dá sinal.Do outro lado não ouvi mais nada, se não o som do telefone que irrita mais que um despertador barulhento, contundo não vou mandar isto também contra a parede, pelo menos por agora.Pouso o auscultador de uma forma pensativa, porque será que o meu telemóvel não funciona direito? Pus-me a procurar pela casa toda, são papeis para o ar, são sofás praticamente a fazer o pino, sou eu a colocar o nariz entre o pó para ver se o encontro, em desespero olho para a janela e ao ver o meu reflexo iluminado por um relâmpago, lembrei me, estava no carro! Vou busca-lo, espera não vou nada, não volto a conduzir, sou praticamente um assassino, ai como estará a mulher? Será que morreu? Vou telefonar, não, não vou nada, preciso de ter calma, vou me sentar no meio de esta pocilga, ver um bocadinho de televisão, dar lhe uso porque se não, não vale o custo.Ligo a TV e um trovão dá de si, eu saltei no sofá, não é que eu tenha medo de trovões, tenho é receio.Ai este tempo, pleno verão, não dá mesmo para entender, se calhar nem é para entender e ao dizer isto passo a mão pela cabeça de forma a me encostar para trás como se estivesse a ganhar algum balanço.RTP, programa estúpido, RTP 2 publicidade, RTP 3 não existe, já estou a inventar, SIC programa estúpido, tvi programa estúpido, possa tanto canal e tudo a dar o mesmo?bem, deixa me ficar pela RTP 2 pode ser que de algo menos estúpido que nos outros canais, isto é pena é não dar desenhos animados, bem deixa me ver isto e encosto os pés em cima do sofá um de cada vez, ficando assim deitado, começa um programa sobre as regiões do interior, espera lá que isto interessa-me, digeri todas as palavras durante cinco minutos, de olhos fechados já as ouvia como uma melodia e sem imagem eu me tranquilizava.Um estrondo enorme se fez notar partindo a minha janela foi um relâmpago que me entrou pela casa a dentro, entrei em pânico, tinha a casa a arder, estava encurralado, tinha apenas a janela com uma boa possibilidade para sair, ai eu não quero morrer, que alguém me ajude, eu em ultima hipótese saltei mesmo a janela, cai e nunca mais via o fim da queda, pedi a deus ajuda!Caí…do sofá, era mais um sonho ou melhor pesadelo, isto está a ficar incontrolável.Tenho que ir a um psiquiatra, vou telefonar à minha irmã…não atende, deve estar a dormir na cama de ouro, eu também dormia se o meu primeiro marido me deixasse tanto dinheiro, mas nem eu gosto de homens, nem em Portugal se pode casar, homossexualmente falando.Bem, parecendo que não já são 11:26, que é que vou comer hoje?

segunda-feira, 23 de julho de 2007

página 9

Mais confusão, mais trabalho, mais barulho e a minha cabeça a estourar. Já não bastava aquilo no hospital, agora tenho que ir não sei onde. Bem vou ligar para a polícia, devo ter o número algures.
- Estou!
- Quem fala?
- É o senhor Fernando Guedes, o do acidente de ontem.
- Ah! Sim, sim.
- O meu carro?
- Não se preocupe, até porque já não há muito a fazer, só tem que accionar os papéis do seguro, de resto o carro está na sucata.
- Ok, obrigado
- Passe bem.
Meu Deus, quase matei uma mulher, desfaço o carro, que falta mais. Porque, porque, agora chove. Deixa-me correr até à paragem. Cada vez chove mais e mais. Fogo. Agora quero é ir para casa. Que Mundo, quero lá saber do carro, que raiva. Bem mas vou andar de autocarro, vamos lá ver o que se encontra. À entrada um motorista de bigode e uma velha rabugenta a queixar-se da vida. Sento-me, ouço o autocarro a estremecer uma vez, e já estou a dormir. Chego a casa, e ponho-me sentado à janela a pensar. Mas que dia, quase mato a pobre da mulher, quase me matam a mim, matam o meu carro. É nestes momentos em que nos deparámos tão de perto com ela, que sentimos o verdadeiro medo de morrer. Eu pelo menos, adoro viver, mesmo que não seja feliz todos os dias, mesmo que me corra tudo mal como hoje, prefiro mil vezes viver. Tenho pavor da morte, não quero morrer, não, não me deixem fechar os olhos para sempre, não parem o meu coração, deixem-me viver. Onde estou? Que sítio é este? Aparentemente é um cemitério, caminho por entre campas sem nome, cruzes e mais cruzes, ao fundo, duas campas estão em realce. Aproximo-me. É a campa dos meus pais, as lágrimas vêm, uma voz chama-me vindo não sei de onde, tudo gira à minha volta, de repente apenas uma cruz no meio do nada. Uma tabuleta dizia “António Guedes”, grito, corro, as campas voltam a aparecer, os mortos levantam-se, eu tento fugir, correndo para uma voz que me chama...
Ahah! Estava a sonhar, e a voz que me chamava era da minha vizinha que me estava a chamar para me ir deitar na cama, porque ali não estava bem.
Este sonho deixou-me assustado, que quererá dizer?

domingo, 15 de julho de 2007

página 8

Quando olho com atenção tinha entre o poste e o carro num espaço minusculo uma mulher, perdida entre o sangue como se fosse um escudo de maldade e não me permitisse ajuda-la, fiquei em pânico, o barulho era infernal, os carros apitavam, as pessoas insultavam, as ambulancias chegavam, eu estou bem, eu estou bem, respondia perante todas as perguntas que me faziam, incredulo ficava a olhar e a caminhar para trás, ele está a fugir, gritou uma mulher de uma varanda, um homem encorpado vem a correr para mim e agride me, coloca me no chão violentamente e soqueia-me até a policia intervir.
Eu já não sou nenhuma criança e o meu corpo não é de aço, tentaram-me levantar, mas eu não me aguentei sozinho em pé, fui levado para o hospital.
Horas depois, enquanto estava na maca do hospital e me disseram que teria alta apenas amanhã, só por precaução, um oficial da policia chega perto de mim, dirige-me a palavra de uma forma austera e coloca-me a par de tudo o que se passou, fiquei a saber que a mulher ia a caminhar normalmente olhando para o céu, segundo testemunhas, fiquei a saber que estava muito mal, em cuidados intensivos, e fiquei a saber que depois de várias tentativas a policia chegou à conclusão que a senhora não tinha ninguem que se responsabiliza-se por ela.
Eu, Fernando Guedes, acabei de fazer a maior asneira da minha vida.
O oficial praticamente me impingiu que eu tomasse alguma atitude, eu vi-me sem opções, eu responsabilizei-me por tudo, o policia disse me ao ouvido que essa era a unica maneira de eu ver a minha pena atenuada, eu fiquei logo exaltado, pena? Mas, Vou ser preso? ele pediu-me para eu ter calma, se não ia directamente para o cemitério, ele conversou comigo, disse o quão influente era e disse que por uma boa multa e o assumir de todas e quaisquer responsabilidades pela senhora, eu estaria "perdoado", eu gosto de justiça, mas neste caso, no meu caso, eu prefiro assim.
Fiquei sozinho, quando dei por mim com o olhar vadio pela janela, já era de noite, o tempo tinha mesmo passado depressa, a enfermeira chegou perante mim, muito simpatica, dizendo-me que eram horas de dormir, para no dia seguinte estar pronto para ir embora, deu me um analgesico e pouco depois acabei por adormecer.
Quando acordei de manha, vi a enfermeira a preparar as minhas roupas, eu já me sentia melhor, apenas dorido, nunca fui de ficar doente, e só tinha estado no hospital para nascer, mas, como não me lembro, não me incomoda muito, no entanto, este tipo de ambiente não é propicio para mim, o odor, os sons, os impactos visuais, e depois ter que passar pelo corredor da morte, onde as pessoas estão em macas, chorando, dormindo, tudo menos sorrindo, esperando o fim. Crianças, adultos, idosos, custa-me encarar a morte.
Bom dia, dirigiu-se assim a enfermeira, quando percebeu que eu já tinha um olho aberto e o outro entrelaçado pelo sono, eu olhei para ela e disse, já posso ir? E ela sim, vai tomar o pequeno almoço e depois passe pelo balcão, porque tem que tratar de uns papéis, o sr policia até lhe deve ter já falado nisso, fiquei pensativo e voltei a fechar os olhos por uns instantes, ai! no que me fui meter.
Depois de tudo pronto, lá fui eu ao balcão, muito directamente a empregada atirou-me os papeis e lendo-os muito bem, percebi que não tinha mesmo nenhuma fuga, assinei tudo, perguntei depois pela Rute, Sr Rute, era o nome que estava no contracto que acabei de assinar.
A empregada após dez minutos lá me deu a resposta, está em cuidados intensivos e tenho ordens para que o senhor Fernando Guedes não possa entrar na sala, vá para casa e aguarde um telefonema, estes casos demoram dias, ou semanas, e a vitima pode até não sobreviver, qualquer novidade será informado, visto que agora é o unico responsavél pela pessoa, quer ela morra ou ela viva.
Sai meio conturbado, meio (risos cansados), quem quero eu enganar, saí, atravessei na passadeira, parei e lembrei-me, ei!! o meu carro!!!

página 7

Notas... boas notas tiravam eles se passassem mais tempo a patrulhar o trânsito. Metade desta gente era varrida a multas quer seja a pé quer seja de carro. Mas oh... quem sou eu?Estou aqui sentado em frente ao meu carro, que está mal estacionado, em segunda fila a criticar os outros mas afinal quemsou? Vou mas é para casa. Espera almoçarfora não seria má ideia aliás muito boa. Vou até ao shopping, vou lá ver os malucos a comerem minhocas. Rua acima rua abaixo, três insultos duas apitadelas, mas o o Mundo é isto, barulho gente, mais gente muita gente. Gente boa gente má gente, ou não, porque há sempre aqueles que não são gente são apenas coisas. Lá estou eu. Que confusão acho que começo a sentir me um bocado dividido, talvez duas personalidades? Não isso para mim não existe, pelo menos até hoje. Eu sou o que sou sou eu o Fernando. Eu não mudo de cara eu não mudo de opiniões como o vento pois não? E já agora Fernado importaste de te calar? Aiii! Agora já falo sozinho. Acorda para de pensar pelo menos enquanto guias, ainda vais ter um......

Foi só esfregar os olhos para acordar e apagou tudo com aquele impacto. O que se passou? Olho pela janela mulheres a berrar para mim olhares de reprovação sai do carro , tinha embatido num poste. Bem tanto barulho por isto, ainda se tivesse aleijado alguém. Vá lá estou inteiro, nem um arranhão mas o carro está desfeito, o seguro... - Oh palhaço, matas-te a mulher!- O quê?...

quarta-feira, 11 de julho de 2007

página 6

ai! ainda dentro do carro, sem sequer o ligar, de janela meia aberta, já sinto o cheiro da minha bela Gaia, virar à esquerda ou à direita? Em frente não posso ir se não o Ferreira não vai achar muita graça e ainda me atinge com os seus traumas de guerra, olha pronto, lá vem ele, deixa-me ir indo, vou mesmo por aqui pelo lado direito, assim nem preciso de olhar para ele.
Ai viajar em Gaia, é so ver cretinos a passar o vermelho, seja a pé, seja de carro, ei!!! que confusão, quase que o matava e mesmo a passar no vermelho sem sequer olhar para o lado, todo descontraido a ouvir musica, de certeza que nem boa era se quer, ainda vem cheio de razão me chamar nomes, se soubesse tinha passado por cima dele, que a morrer não guinchava tanto, ai que mundo, os semáfaros são como as luzes na árvore de natal, são mesmo efeitos, não têm muita utilidade para além do facto de darem luz.
Olha a camera, vou virar por aqui, enconstar naquela ruinha e tirar umas fotos, deixa me ver o que o povo tem para me oferecer.
Depois de meia hora a ver passar pessoas, luzes e nada, tirei umas 30 fotos e levo-me satisfeito, foi bom dá sempre jeito para o meu rico album da sociedade.
Deixa me telefonar à minha irma, se não, depois diz que sou um insensivel, na verdade ela é a minha unica familia, mas tambem desde que se lembrou de casar pela segunda vez com aquele rogerio, vinte anos mais novo que ela, sendo ela uma jeitosa quarentona(rica), ah pois ela nao é feia, mas ele não a quer pelos atributos.
Não atende, depois telefono, mais logo, ou quem sabe amanha.
Bem vou arrancar antes que a policia se lembre de trabalhar e de me vir multar, deixa me arranjar um sitio giro, para dar uso ao meu bloco de notas...

segunda-feira, 9 de julho de 2007

página 5

Mas que Deusa, isto não é coisa de Deuses é coisa de homens, e de mulheres infelizmente agora podemos correr cada vez mais esses riscos. Está na moda ter opções diferentes.
Agora para de olhar, mas não consigo, para chega amanha trazes a maquina e pedes para tirar umas fotos. Vá lá Fernando acalma-te. -Aqui tem o seu café senhor..., Fernando, Fernando Guedes, e a menina?Susana, Muito obrigado pode ir. Lá vai ele de novo anca para a esquerda anca para adireita, coitado de quem é cego.
O café ja esfriou com tanto calor corporal, mas também não venho aqui pelo café, o café é uma desculpa para me poder sentar e observar. Bem está cá tudo, está ali a Lurdes, ali o Zé, ali a Mila manca, ali a andreia e as suas amigas, bem não falta ninguem... alto. Falta sim, já me esquecia, falta aaquela mulher irritante cheia de carinhos e bondade que passa a vida a sorrir para tudo e todos. Mas também não faz falta só a voz dela irrita-me. Estão ali ao canto os dois trolhas a galar a empregada. Estes trolhas de Portugal, será que isto se apega lá nos andaimes? Será? que raça tão tão... tão nada. Se um di escrever um livro vou falar deles e não vai ser nada bonito. Bem já ouvi histórias que chegue por hoje, até já sei que o namorado da Andreia não gosta de sexo oral. Ele não sabe o que perde. Levanto-me piso oolho à empregada deixo uma gorjeta para ela e saiu com um sorriso sarcástico e a pensar que se os pensamentos fizessem barulho eu já estava morto com tanta coisa que digo para mim. Vou a casa buscar a máquina, com isto já são 10.30 da manha, vamos tirar umas fotos por aí. à entrada do prédio a mesmas três mulheres na mesma conversa. Se eu tivesse aqui uma granada de mão... . Solto uma gargalhada ao passar por elas, elas olham para mim com um ar superior e comentam algo, imagino que será sobre o que lhes fiz à dois dias, que lhes fechei a porta do prédio à chave quand elas tavam às 23.15 à porta do prédio a falar, e depois ficaram ali umas duas horas à espera que alguém lhes abrisse a porta. Subo, entro em casa pego na máquina fotográfica, no meu bloco de notas e saiu de novo. Estranho não? Bloco de notas? Claru o papel será sempre papel e não vai ser um computador que vai substituir o prazer de ter um lápis na mão e escrever.
Vou até à garagem, entro no carro e ponho-me a pensar no destino de hoje...

página 4

Oláaa, temos empregada nova, enquanto ela se dirigia para mim com aquele ar todo sorridente, aquela saia tao curtinha e aquele peito todo e quando digo todo é mesmo todo a olhar para mim, como se me dissesse mama mama, ai senti uma vontade de ser amigavel e de a abraçar, aqueles peitos davam cabe de mim, isto tudo pensei durante o percurso da bela menina que quando xegou perto de mim fez o favor de não dizer nada de jeito, só erros de pensamentos seguidos de desastres de atitudes, ai que coisa tão boa, mas que desastre mental.
Quero um café se faz favor, e ver a empregada se dirigir para dentro do estabelecimento em busca do café perdido, ai! foi outro mal para o meu forte coraçao, que pernas, apetecia me fotografa-la, mas que rico monumento.
Entretanto chegava a Luisa com mais um novo namorado, sentavam se sempre ali por perto, nao que tambem nao me chamasse a atençao, mas era muito nova e a pedofilia em Portugal ta em voga e eu gosto de passar despercebido, vou apenas vendo o que me dão para ver sem tocar.
Hoje o namorado dela tá mais magrinho, pronto o rapaz foi à casa de banho, lá vem ela.
Então como está senhor Fernando? estou bem e a menina? e sentou se logo a minha beira, ai nem sabe estou tão mas tão mal, é que tipo o meu pai aleijou-se, ai sim mas foi grave? grave? oh senhor Fernando foi gravissimo, tipo o meu pai estava a caminhar tipo com uma amiga da minha mae que por acaso foi lá a casa e como a minha mae não tava o meu pai teve a delicadeza de a levar até casa e tipo, pelo caminho apareceu um pau que caiu de uma arvore, um ramo? sim isso e atingiu no pé, tipo mesmo com muita força e ele partiu o pé, isto já chorando sobre o meu braço todo erranhucido, chegou o namorado ai que alivio, Luisa saiu a correr mandando um beijinho para trás, é uma rapariga muito amavel, mas parece um vento da natureza, ah vem ai o meu rico cafe, numa bandeja de Deusa.

página 3

Um livro, não era má ideia. Tenho visto tanta coisa, até já há vacas que escrevem, oh desculpem- me as vacas. Por isso se gente desta lança livros porque não posso lançar eu? Sou inteligente, sou experiente, sei olhar com olhos de ver, sei escrever com letras que se lêm. Mas sou um pouco distraído. Hoje é sábado, com tantos pensamentos na cabeça é normal que me tenha desorientado, mas também os dias são mais uma daquelas brilhantes ideias que alguém teve como se fizesse diferença hoje ser sábado ou quinta-feira, dias são dias, números são números, pelo menos até hoje. E para mim tanto me faz, quinta é a minha folga e sábado é sábado. Sim porque não é só a função pública que pode descansar, eu também tenho e o meu descanso deve ser muito mais merecido que o descanso da maioria dos funcionários publicos, mas cala-te boca que ainda posso ser processado, ou ainda venho a saber que as paredes têm de facto ouvidos e quando der por ela já me puseram um processo em cima, e obrigam-me a ter que ir umas dez vezes a Lisboa para tratar do assunto, porque Portugal já não é Portugal é Lisboa. E como não quero perder o meu emprego lá na escola de condução, ou então passar de instrutor a recepcionista, é melhor estar calado.
Cinco minutos para o duche mais cinco para a roupa e para os dentes, pego na carteira e vou até ao café. Mais uma das minhas rotinas, todas as manhãs vou até ao café trabalhe ou não.
Ao descer as escadas sempre a mesma coisa, gemidos no segundo andar, que pena hoje não ser quinta, no primeiro andar discusão entre um casal que nunca vi. Graças a Deus consigo evitar esta gente suja. Na entrada do prédio a equipa do costume. Três mulheres, a falar mal da vida de todo o Mundo, se calhar da minha também, até porque já as ouvi a comentar as minhas noites de quinta. Que gente mesquinha, ou não têm vida ou entao não têm sono para estarem até tão tarde acordadas para ver a que horas chego.
saiu do prédio, -Olá senhorFernando -, só se for para ti digo para mim. Era o meu primo Ruben que mora no prédio ao lado do meu e estava à janela. Nem me dou ao trabalho de responder, não merece.
Vou para o café, entro, o mesmo cheiro a mesma gente mas eu não me canso. Por mais dias que se passe as histórias são sempre novas, é incrivel as coisas estupidas que se vêm nestes lugares. Sento-me e chamo a empregada...

página dois

Puff, um estrondo enorme se debateu na minha porta trazendo-me de novo para a realidade, do outro lado ouvia-se “olhe desculpe, de me uma esmolinha! estou tão necessitado”, pois, estamos todos, agora tenho que esperar que o farrapo velho saia do meu caminho, prefiro ficar aqui do que ter que olhar bem fundo naqueles olhos vazios e responder que não tenho nada para lhe dar e continuar a andar sem sequer para trás voltar.Vou me sentar um pouco na sala e esperar que ele caia pelas escadas e se magoe o suficiente para se ir embora e não voltar, mas que não se magoe muito porque se não fica ali estendido e ainda tenho que cuidar dele.É como eu costumo dizer, quer dizer nunca ninguém me ouve, por isso se calhar estou sempre a dizer isto pela primeira vez, mas morar num 3 andar tem as suas regalias, uma delas é que estes indivíduos um dia cansam-se de ter tanto que subir e nunca receber nada, se ainda me viessem dar alguma coisa, mas não, só sabem é pedir, vão trabalhar que eu também trabalho, maldito elevador que lhes deve dar esperanças, eu não preciso do elevador para nada, gosto de fazer exercícios. Se eu fosse pai, o que não sou por pura opção, nunca deixaria os meus filhos andar de sapatilhas com rodinhas, que povo mais preguiçoso, odeio o povo, é tão reles e tão superficial, mas é também o meu alimento, porque se não, não tenho de quem mal falar, nem tenho de quem me rir, mas eu não sou má pessoa, “ de 1 euro por favor” oh homem cale-se!No chão, a meus pés estava o jornal, para tentar me abstrair um pouco de toda aquela chafurdice, abriu-o à sorte,”mulher mata marido à facada”, pois, por isso é que nunca me casei, contudo, não se pode dizer que o lugar da mulher seja na cozinha, se ela usa assim a faca, mas não tenho nada contra as mulheres, aliás só tenho a dizer bem.Isto deve de ser da idade, mas quanto mais o tempo passa mais falo sozinho, quer dizer eu não sou maluco, eu penso é alto, que é totalmente diferente, mas por falar em mulheres, hoje é quinta feira temos brincadeira, ai que sou mesmo engraçado, é pena ninguém ouvir estes momentos brilhantes que faço, eu devia era de escrever um livro.

página um

O Mundo lá fora acorda, boceja, repete a rotina diária e quase ridicula de tão uniforme ser, que mais parece uma dança sincronizada ao som de uma música citadina que começa com três batidas, onde um dá o murro no despertador, o outro abre os braços e esperguiça-se e o outro dá um salto da cama, e a música arranca com os filhos a chorar as mães a berrar, o pai que só quer fazer a barba. E o dia começa mas ninguém dá por mim. O despertador acabou de tocar, uma das poucas certezas da minha vida e sem dúvida a mais certa e fiel. Nunca falhou nem nunca se esqueceu de me entrar todas as manhas pelos ouvidos e me despertar para um novo dia. As 7 horas estão tão marcadas neste despertador como o sol está marcado na minha pele.
Hoje não sei se por mera coicidencia ou por obra dos números, sinto-me estranhamente nostálgico. Hoje estamos no dia sete de Julho de 2007. Três setes que se juntão a mais um no relógio. Tal momento só se repete uma vez por milénio. Mas o que estou eu a dizer! Números são números, pelo menos até hoje.
Salto da cama, lavo a cara olho-me ao espelho, as rugas ja começam a aparecer, os olhos já não escondem o cansaço de 48 anos mal dormidos, cheios de medos e incertezas que fazem de mim o que sou hoje. O que sou? Será que eu sei o que sou? Tantas perguntas esta manha. Sento-me junto à janela, olho para rua, como faço todas as manhãs, mas hoje está tudo diferente, pelo menos aos meus olhos. Fecho os olhos em busca de paz e respostas. O silêncio chama, o sono acorda de novo e as perguntas não param. De repente sou invadido por memórias antigas, rostos passados, pecados velhos de defeitos corrigidos que me fazem... sim fazem chorar. Adormeço.
Onde estou...?